segunda-feira, 7 de abril de 2008

Tarrafal ( Colónia Penal do... )






« Entre os pavilhões B e C, em frente do portão do campo, ao fundo, há uma construção diferente de todas as outras (...) . »
(...) « um pequeno pavilhão de paredes caiadas a ocre, janelas e porta em madeira e cantaria vermelha, dividido em duas pequenas salas, uma de espera para os presos doentes e outra para o consultório médico;
(...) era o Posto de Socorro, mas também servia de Casa Mortuária, o que estava perfeitamente de acordo com o médico do campo, que mais gostava de assinar certidões de óbito do que se tratar dos doentes.»
« Esmeraldo Pais Prata, nomeado médico do Campo de Concentração do Tarrafal por finais de 1936, só em Abril de 1937 se apresentou para dar consulta. Tralheira foi a alcunha com que o conhecíamos aquela que merecia quem afirmava:
(...) “ Não estou aqui para curar, mas para passar certidões de óbito.” »
« A dor dos doentes do Campo deixava-o indiferente. Pela calada da noite vinha assistir aos espancamentos. O muito ódio que tinha por nós era frio; a medicina a arma com que feria. E como médico podia atingir-nos de muitas formas.»
Alem de médico do Campo, era Delegado de Saúde e Administrador do concelho do Tarrafal.

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