Q de Que seca ....

Um dos grandes problemas com que Cabo Verde se debate é a falta de água.

Os quartos de hotel têm avisos nas casas de banho para racionar e evitar desperdícios de água que são tão necessários a este país. Através do processo de desalinização captam água do mar e conseguem transformá-la em água potável.... bem, água potável não é bem o termo... dá para cozinhar e para tomar banho. Para beber só mesmo água engarrafada para evitar diarreias e ficar de cama doente. Se tiverem que ficar de cama que seja por outros motivos... melhores, espero!!!

Q de Queijo com papaia e outras sobremesas

Depois de um grande almoço ou jantar, é obrigatório pedir a carta das sobremesas e por favor, não venham com a desculpa que estão de dieta.

Experimentem a deliciosa sobremesa de queijo e papaia, o divinal doce de leite ou o doce de côco.

Já estou a ficar com água na boca.

P de Puxão

Amiga: Recebi um telefonema da Cabo Verde Motors a dizer que precisa de falar contigo com alguma urgência.

Eu: Eh pá.. o homem que não fique preocupado, amanhã já vou pagar o aluguer do carro.

Amiga: Mas não tem nada a ver com o pagamento. Mas não adiantou o assunto. Pediu para lá ires quando tiveres alguma disponibilidade.

Eu: Ok.. vou lá amanhã!!!

Eu: (Comecei a ficar preocupado a pensar no que aconteceu..Teria infrigido alguma lei e pediam agora para identificar o condutor? Alguma multa? Teria sido as corridas com as Yáces? Excesso de velocidade?)

No dia seguinte nas instalações da CVMotors:

O gerente: Olá, como está? ( blá, blá, blá) vamos ao que interessa... o assunto que quero falar consigo tem a ver com as boleias... Eu sei que você é uma pessoa que gosta de ajudar as pessoas mas não pode tranasportar pessoas no taipal. Passou ontem pela policia no interior carregado de gente e eles registaram a matricula e contactaram-me. A policia foi porreira e nem o mandou parar mas não pode andar a dar boleias a ninguém no taipal.. Imagine se tem um acidente ou se despita... já viu que vai ficar com a consciência pesada se acontecer alguma coisa a alguém a quem der boleia?

Perante aquele pedido e rendido às evidências que tinha errado, não hesitei... aproximo a minha cara do gerente e digo:
-Dê lá um puxão de orelhas que eu mereço!!!!!

P de Policia

O fardamento policial é azul escuro e são facilmente identificáveis. O parque automóvel policial são constituidos por pick-ups Toyota e motas utilitárias Honda CB500 ( acho eu) de cor branca e azul.

Os edificios que identificam uma esquadra da policia, estão pintados a duas tonalidades de azul. A policia não brinca em serviço e quando é para interferir é a sério... Vi por duas situações e não era show-off para a fotografia porque também não tinha a máquina comigo. Estão na rua a qualquer hora do dia e noite, e ao fim de semana vê-se policia de intervenção fortemente armada a patrulhar as ruas nas noites de fim de semana.

A preocupação é a segurança das pessoas e se calhar neste campo, a GNR e a PSP portuguesa têm muito a aprender com estes agentes. Não há caça à multa. A Policia de Segurança Pública portuguesa( PSP) em vez de zelar pela segurança pública, andam na caça à multa.. dá menos dores de cabeça e enriquecem os cofres do Estado mas chega de divagar... falando de coisas sérias, ainda não consegui tirar do pensamento aquelas duas agentes da policia de mota na Cidade da Praia.. alguém as conhece?

foto: Forte de São Filipe na Cidade Velha

P de Pechinguinhas

“Money makes the world go round” , o dinheiro faz o mundo girar e aqui não foge à regra.
As pechinguinhas, são mulheres que trabalham na mais antiga profissão do mundo ao “serviço e em prol” do desenvolvimento do turismo caboverdiano. Acompanham os estrangeiros solitários e com dinheiro em alguns momentos de “alegria” nas suas vidas.
São mulheres lindíssimas, vestem-se muito bem e andam super produzidas ( não me posso esquecer daquela tatuagem na omoplata, dos olhos negros e do cabelo da miúda). Aqui fiquei com o Síndroma Pretty Woman.. lembram-se do filme? Do galã capitalista que se apaixona por uma prostituta e a tira da má vida?
A vontade de mete-la na minha mochila e levá-la para Portugal.. mas não.. Isto foi só um desvaire da minha cabeça que não anda muito bem, confesso... esqueci-me de tomar os comprimidos e dá-me para estas divagações.
Se vierem para Cabo Verde, e exibirem alguns SER ( sinais exteriores de riqueza), não terão problemas arranjar uns momentos de prazer com estas moçoilas mas convém ter a carteira com muito dinheiro ou o VISA receado.

P de Porque me apetece publicar isto

O evento já passou mas registei o momento no mercado do Yá na Assomada. Tratava-se de uma festa com o sorteio de uma bicicleta O ( zero) quilómetro.

Gostei do cartaz e andei a rir algum tempo... em Portugal também existem algumas preciosidades, ou pensavam que tinham o exclusivo?

Peço desculpa por estes momentos... não se trata de gozar com ninguém e é sempre sem qualquer maldade. Para mim impera a boa disposição.

P de Praias ( de ir ao banho... não a capital de Cabo Verde)

Na Cidade da Praia as areias são limpas mas a qualidade da água não me parece que seja boa. Junto á praia da Areia Negra, perto do Porto da Praia, até agora só vi uns putos a surfar quando as condições assim o permitem. Existe muito lixo no acesso das pedras junto aos barcos encalhados.

Grandes praias na extremidade norte da ilha de Santiago. Referências que conheço, o Tarrafal com um mar azul cristalino envolto num cenário mágico e a Ribeira das Pratas, a +/- 5 quilómetros de distância do Tarrafal, tem a particularidade da areia ser negra. Fenómeno da natureza. Cenários paradisíacos. Acesso a esta praia pelo meio dos coqueiros. Maravilhoso.

foto em cima: Ribeira das Pratas

foto em baixo: Tarrafal

publicarei mais fotografias quando chegarem às respectivas letras

P de Parque automóvel

Não se iludam com esta fotografia. Apenas a tirei porque este autocarro ( ou o que resta dele) está num jardim público junto ao mercado da Sucupira.

Existem carros novos e carros velhos como em Portugal. A predominância pertence à Toyota mas encontra-se carros de quase todas as marcas, feitios e para todas as bolsas. Vi um Hummer H2 ( custa 125.000 euros.. ) a passear tranquilamente pelas ruas da Cidade da Praia, carros topo de gama, carros do tunning todos artilhados e pensei: Para onde vão estes gajos acelerar, ou isto é mesmo só pró cenário?

O de Onde está a minha co-piloto?

Existem dois tipos de mulheres... aquelas que estão sempre a reclamar com os dotes de condução de um homem ( a generalidade das mulheres) e as que vibram, incentivam e adoram sentir a sensação da simbiose homem-máquina e os cavalos do motor a relinchar (.. digam lá que esta ultima parte não foi poética? Às vezesm surpreendo-me comigo mesmo).

Fui às instalações da Cabo Verde Motors com duas amigas, na zona industrial, afim de tratar de um assunto pendente.

Logo que saímos das instalações, vimos uma senhora que ia a pé pela estrada. Parámos a carrinha e perguntámos à senhora se queria boleia para a Cidade da Praia.

Costuma-se dizer que o melhor caminho entre dois pontos é.... um atalho e assim o apliquei à prática, ou seja, em vez de ir dar a volta ao Porto da Praia, fiz um percurso em terra batida que vai dar à antiga pista do aeroporto e depois dá acesso à rotunda da entrada da Cidade da Praia.

Uma das minhas amigas já ia a reclamar com o rallye disse-me:

- Não sejas maluco. Nunca mais me convides para andar assim. Deixa-me já aqui que vou o resto do caminho a pé. Trazes a senhora e ela vai sentir-se mal disposta com a tua condução.

E a senhora responde: Que nada, eu até gosto !!!!

Párem o trânsito.... já pararam? Uma mulher que não reclama da condução, não quer saber do ponteiro da velocidade e que até o incentiva a dar o seu melhor, é meio caminho andado para uma relação de futuro..... a nível desportivo.

Mais um quinchar de pneus na rotunda do Paiol e ao chegar à Fazenda, parei para deixar a melhor co-piloto com quem já tive o prazer de compartilhar um carro.

Despedimo-nos da senhora e imperdoavelmente, não lhe perguntei o nome. Nunca mais a vi.

Se alguém a conhecer, diga-lhe para entrar em contacto comigo.

( Carinhosamente fui apelidado de maluquinho, tuga maluco ou simplesmente maluco... tu és um granda maluco). Eu sei !!!!!

N de Noites

"Loucas são as noites que passo sem dormir.." - musica: "Lua" de Pedro Abrunhosa; album Viagens.

"As minhas noites são mais belas que os vossos dias" - filme "Áta-me" do realizador Pedro Almodovar.

Madrugada junto à Cidadela do Futuro a apanhar um ventinho na cara para acordar.

N de Natureza

O outro Cabo Verde que os turistas não conhecem.

A árvore na fotografia de cima chama-se Poilão ( Pé di polom). Estive junto à arvore e tenho a impressão que 10 homens não conseguiam abraçar o tronco.

Tive a descansar junto ao tronco e a contemplar a paisagem que é maravilhosa.

M de Multibanco

Existem multibancos onde se pode levantar dinheiro mas escasseiam ou não existem, à medida que se aventuram para o interior da Ilha de Santiago.

As caixas ATM caboverdianas chamam-se vinti4 e estão localizadas junto aos próprios bancos. A rede VISA " funciona na perfeição" e para quem não possui VISA, tem acesso ao levantamento através de Electron ( débito directo) mas nem sempre disponivel em todos os multibancos.

Desaconselho trocarem dinheiro na "candonga", geralmente perto de mercados, porque expõem o vosso dinheiro a olhos terceiros e podem ficar marcados para levarem o caço bodi.

Para trocarem dinheiro, existem bancos, casas de câmbio ou os próprios hoteis que o fazem sem quaisquer problemas e com toda a segurança.

M de Mulheres

"Existem três coisas que já não voltam atrás: O Tempo, a Idade e a Oportunidade."

O Tempo e a Idade, já sabíamos que não voltam atrás... a Oportunidade hoje, pode não significar nada amanhã ou não acontecer mais...

As mulheres são muito bonitas, vestem-se muito bem e denotam muito cuidado com elas próprias.

Para os corações que queiram conhecer alguém, aqui ficam umas dicas. Atenção, não se tratam de aconselhamentos amorosos que isso nem para mim eu sei...

Um semana de férias é pouco... leva três ou quatro dias a ambientar e depois no melhor da festa, está na hora de regressar. O ideal é virem por 12 dias... se tiverem oportunidade de ficar mais tempo, óptimo.

Andar em circulação, descobrir, conhecer, falar e não ficar resignado ao espaço do hotel.

foto publicada com o consentimento da interveniente.

M de Medicamentos

Os medicamentos são escassos e portanto, caso tenham alguma patologia crónica ou mesmo só por precaução, aconselho a trazerem os medicamentos de Portugal para evitarem complicações. A alfândega diz que os medicamentos liquidos têm que ser acompanhados de receita ou atestado médico mas não me questionaram do conteúdo da mochila na altura do check-in.

As embalagens não podem ter a capacidade superior a 100ml mas a minha espuma de barbear com 250ml passou ao raio x sem problemas.

Na minha mochila, o famoso e inseparável Zyrtec. Para quem não conhece, este medicamento é usado contra as alergias e para a rinite alérgica.

O sintoma das alergias é equivalente ao das constipações. Acontece-me frequentemente as crises de alergia nas mudanças de estações do ano, nomeadamente na Primavera e nas mudanças bruscas de temperatura.

Dentro da mochila, para situações de emergência, uma caixa de comprimidos para as dores de cabeça. Não se esqueçam de um remédio para as diarreias... Mais vale prevenir do que remediar, ou como dizia a minha avózinha " Um homem atrapalhado é pior que duas mulheres bêbedas".

Na fotografia: Parque João Paulo II na Achada de Stº António... perguntam vocês o que tem as fotografias a ver com este mágnifico post?.... a resposta é nada. É preferível publicar fotos de Cabo Verde do que ilustrar este post com o scanner do medicamento.

M de Mais uns mitos que convém esclarecer....

( para portugueses detentores da verdade e da sabedoria na arte de viajar e em todos os assuntos).

Toda a gente tem sempre uma opinião formada sobre qualquer assunto. Existe sempre alguém que tem um amigo, ou um conhecido que tem um primo de um vizinho que lhe contou umas histórias fantásticas e as pessoas vão formando opiniões acerca do que ouvem e depois lançam os mais maravilhosos comentários sem conhecimento de causa. A minha vinda a Cabo Verde não foi excepção...o que vou transcrever a seguir foram algumas, que me lembre, das opiniões de pessoas com quem falei e que quiseram dar os fabulosos conselhos aos viajantes menos experiente como eu!!!!

“A vida em Cabo Verde é barata.. lá fazes uma vida boa”
... baratíssima, aliás não me lembro de ter gasto 2.000 euros tão devagarinhooooooo.

“ A comida é barata... vais comer camarão ao pequeno almoço”
Hoje ao pequeno almoço exigi camarão tigre extra grande com limão em vez do pão com presunto/ queijo e o leite. E a manteiga já não quero.

“ Eh pá, vais sozinho para Cabo Verde? Granda maluco, aquilo é só gajas” Sim, vim sozinho para Cabo Verde, sou um granda maluco e isso das mulheres é um mito muito forte e demasiadamente exagerado.

“ Leva preservativos... umas 4 caixas ”
ahhh, leão!!!! Para quê? Não há cá? Devia era trazer pilhas... fiquei com a sessão fotográfica lixada por causa das pilhas. ( ver post F de Fotografias para descobrirem a razão).

“Lá as noites são uma loucura” Tiveste razão, pá... as noites de sábado são animadas... mas a loucura é mesmo a animação no meu quarto o resto da semana. Mas como é que ele profetizou que as (minhas) noites seriam uma loucura?? Não tens aí os números para jogar no Euromilhões?

Tomem lá a piece de resistance, a cereja em cima do bolo deste magnifico post... desculpa mãe mas esta é digna de ser publicada!
Ao telefone com a minha mãe:
Eu: Oi mãeeeeee, tudo bem? (...) Sabes onde eu tou?
Mãe: blá blá blá ( a contar-me as últimas novidades) Onde estás filhote?
Eu: Tou no Tarrafal. Vou visitar agora o Estabelecimento Prisional do Tarrafal.
Ela: ( em estado de choque) Tu não me digas que já chegaste a Portugal e não me disseste nada!!!!
Eu: Hello, mãe ( dahhhh), estou em Cabo Verde.
Mãe: Então mas a Prisão do Tarrafal não é na linha de Cascais?
Eu: Não, mãe. É aqui. A prisão na linha de Cascais é a de Caxias.
Mãe: E era para aí que levavam os presos políticos? Esses da PIDE queriam era a cabeça cortada, a levarem as pessoas para tão longe, coitadinhos.....

M de Mais mitos que convém desmistificar....

para a população caboverdiana...

Quem anda de pick-up alugada, normalmente são empresários que se estão a instalar na ilha, normalmente italianos, espanhóis ou muito raramente, portugueses...

Com o meu aspecto instaurava-se a dúvida...

"Espanhol ou italiano?" - perguntaram-me

"Português." - respondi

(Eles a pensarem muito admirados... mas onde está a barba, o cheiro de quem não gosta de tomar banho e a caixa de sardinhas?)

ver post anterior para melhor compreensão.

" Os portugueses são ricos..."

Em Portugal não existe pobreza, não existe desigualdades sociais, não existe escândalos nem corrupção, não existe racismo, não existe droga nem tráfico de armas, não existe prostituição, não existe contestação politica porque toda a população está contente com os seus governantes, não há desemprego, todas as pessoas vivem bem, não existe insegurança....
e vocês ainda acreditam no Pai Natal, certo?

"Estás hospedado no ........... ? Eh pá, és rico!!!!!"

É verdade, tenho que o admitir. Somos todos ricos mas não espalhem a noticia. Cada português tem um ferrari à porta de casa e uma arvore que dá dinheiro ( é a árvore das Patacas na SIC) hahahahaha, esta foi boa!!!

M de Mitos urbanos ( e outras ideias pré-concebidas)

Existem ideias que perduram ao longo de várias gerações ou conseguem mesmo resistir ao passar dos séculos. A imagem nos livros de história dos marinheiros portugueses de antigamente com as suas barbas compridas e os longos gibões, na sua epopeia maritima de vários meses no mar sem puderem tomar uma banhoca de água doce e a comer o que "vinha à rede" deu origem a uma piada que me foi contada em jeito de provocação....

Ela: Sabes, os portugueses são como os gatos.
Eu: ( a tentar decifrar o código da complexa mente feminina do porquê daquela afirmação. Será que ela estava a fazer-me um elogio, tipo és meigo, carinhoso e bonito como os gatos ou por sua vez estaria ela a pensar que a minha postura descontraída e passiva deixava antever um gato enfadonho e não muito disposto a "dar caça à sua presa"... Após uma ligeira reflexão para tentar organizar as ideias disse:

Ai, sim? mas porque dizes isso?

Ela: Os portugueses são como os gatos porque não gostam de tomar banho, têm bigode e gostam de sardinhas.

Eu: ( a pensar) Que raio quis ela dizer com isso?

Ela: Era uma piada sobre portugueses...

Eu: ( de sorriso amarelo, a cheirar os sovacos e não muito convencido daquela indirecta) Olha, eu tomo banho todos os dias, faço a barba 2 vezes por semana e não tenho bigode. Para terminar, não gosto muito de peixe mas aprecio as barrinhas de pescada do Capitão Iglo...

Ela: ( a rir depois de ver que a tentativa de provocação tinha resultado e de me ver envolto em explicações para não ficar mal visto).

M de Momentos que nunca irei esquecer

- A minha Toyota pick-up carregada com umas 20 pessoas ( na cabine e no taipal) quase a levantar as rodas da frente....
- A simpatia e a simplicidade das pessoas.
- Uma senhora, a quem dei boleia do Tarrafal para a Cidade da Praia, para me agradecer a boleia, ofereceu-me um saco de mancarra ( amendoins). Às vezes, é em actos manifestamente simples que se encontram a verdadeira essência da bondade nas pessoas. Sinceramente, fiquei comovido. Obrigado.
- As amizades que ficaram mais sólidas e bem guardadas no lado esquerdo do peito. Essas pessoas sabem quem são. As novas amizades que fiz. ( espectáculo!!!!! )
- Um jogo de confraternização Portugal – Cabo Verde, em futebol no aeroporto internacional da Praia, protagonizado por mim, pelos taxistas e um policia que, depois de repreender os taxistas, ainda foi dar uns toques na bola. Espectáculo.
- Um agente da policia pediu-me para encostar.. e eu a pensar ( Que raio... hoje não trago ninguém no taipal... nem ando a fazer rallye) Depois de me cumprimentar, perguntou-me se podia levar o filho dele à escola porque o autocarro estava atrasado...
- Duas agentes da policia de mota a patrulhar a zona de entrada da Cidade da Praia. Andar devagarinho e sem ultrapassar. Nota positiva para as agentes; eram lindíssimas. Assim dá gosto em “andar ao lado” da lei . Loucura.

M de " Mas tu disseste que não bebias..." :-(

E não bebo.... O que tem de mal, marchar 1 garrafa de Casal Garcia e mandar abaixo mais oito garrafas de cerveja numa noite e dormir profundamente como um anjinho?

L de Lixo

Na Cidade da Praia muito lixo espalhado por todo o lado, nos restantes lugares as coisas funcionam mais ou menos bem. Os contentores do lixo estão todos estropiados. Ora faltam as rodas e estão apoiados em tijolos, ora sem tampa prontos a propagar alguma doença.
Nos centros de maior aglomeração de população, utilizam-se os contentores abertos. Os cães que vivem nas ruas, alimentam-se nestes contentores. Estão cheios de sarna. Uma questão de saúde pública. Enfim, uma desolação completa.
Local da foto: Terra Branca, Cidade da Praia

K de Kizomba, Tarracha e Funaná

Um icone caiu neste preciso momento..... ( ouviram o barulho?)

Andei enganado este tempo todo... descobri em Cabo Verde que a kizomba é de origem angolana. Mas parece que os artistas caboverdianos que agarraram neste género musical, meteram o toque mágico da melodia crioula e resultou em pleno.

Há imenso tempo que estava com vontade de aprender a dançar. Ainda em Portugal, tentei em vão, que me ensinassem a dançar mas os meus pézinhos de chumbo não são muito dados à dança. Acabei na altura por desistir e também porque não houve muita vontade da “minha professora” em me ensinar.
Em Cabo Verde, aprendi a dançar kizomba depois de um lanche ajantarado a comer Cuz Cuz (um bolo de milho muito bom) e de umas cervejas para desinibir, em casa de umas pessoas amigas. Estava dado o mote para a minha estreia nas pistas de dança caboverdianas. Estava difícil de acertar o passo mas depois de algumas pisadelas, começou a correr muito bem. No dia que aprendi a dançar, estive no Max Club até às 5 da manhã e só não tive lá mais tempo porque não me “deixarem”.
A dança é muito sensual e apela muito ao contacto corporal e quanto à Tarrachinha nem vos falo. O funaná, estilo musical original da Ilha de Santiago, embora mais acelerado também apela à sensualidade porque é tudo muito corporal, muito toque, muito ..... esfreganço ??? ( existe esta palavra no dicionário de português?)

Experimentem e depois digam: “Eh pá, aquele gajo tinha mesmo razão!!!!!!”

J de ... hâ ??????????

Um dia, depois de uma visita a Assomada, dei boleia a uns putos que vinham para a Cidade da Praia. Um deles, vestia orgulhosamente uma camisola da selecção portuguesa de futebol e foi tema de inicio de conversa.

Perguntei-lhe se gostava da selecção portuguesa e ele retorquiu que sim... as coisas começaram a complicar, quando lhe perguntei qual era o seu jogador preferido... ele hesitou e eu comecei a ajudá-lo...

Eu: Cristiano Ronaldo ?

O rapaz: Não.

Eu: O Figo ?

O rapaz: Não.

Eu: O João Moutinho ?

O rapaz: Não!!! ... o jogador é assim da minha cor.

Eu: ( hummm) o Quaresma ?

O rapaz: Não é esse.

Eu: O Nany ?

O rapaz: Não...

Entretanto começou a falar em crioulo com o amigo para que esse o ajudasse a tentar lembrá-lo do grande idolo da selecção nacional de futebol e confesso que a mim também já me estava a escapar o nome da grande vedeta, até que....

O rapaz: Já me lembro. O meu jogador preferido da selecção portuguesa é o ........ Jardel !!!!!!!!

Eu: ahhhhhhhhh......

I de ilhéu

Do Plateau, deslumbramos a baia da Cidade da Praia com o ilhéu ao meio.

Outrora, serviu de prisão politica e apesar da curta distância do Ilhéu á praia. houve muita gente que nestas águas morreu angustiada de viver preso ou encontrar a liberdade através da morte ( esta ultima parte foi poética).

A ânsia de liberdade era grande mas as pessoas morreram porque não sabiam nadar. Yo!!!

I de Insólitos ( parte 2)

Para quem convictamente ainda não se adaptou às novas tecnologias das máquinas fotográficas digitais e ainda ( orgulhosamente ou não ) espreita para a objectiva à moda antiga, pode aqui revelar os seus rolos fotográficos para mais tarde recordar.

Foto Rapido Meno D'Alice no Tarrafal

I de Insólitos ( parte 1 )

Vou eu descansado a conduzir, quando algo me chama a atenção à beira da estrada... Arregalei os olhos, belisquei-me para saber se estava a sonhar e tive que parar para ver... era uma agência funerária num contentor maritimo.

I de Insólitos ( parte 3 )

Vocês nem imaginam o que me ri com isto... Só parei de rir à noite e mesmo assim adormeci com um sorriso nos lábios ( mas foi por outros motivos) ...

H de Hostilidade

É o único ponto negativo em todo este relato. Ocorreu comigo, uma situação de lamentar na Cidade da Praia, e se não me tivessem tirado a chave da ignição da pick-up, garanto que passava o gajo "a ferro" e atirava-o ao mar.

Mas enfim, não quero falar de coisas tristes e prefiro apenas relatar o que de bom me aconteceu até agora.

H de Hiace ( lê-se Yáce)

A hegemonia da presença Toyota vê-se por toda a ilha, onde esta marca tem uma grande quota de mercado. A Hiace é o modelo mais popular no parque automóvel da Ilha de Santiago.

As Yáces ( como são conhecidas) fazem o transporte de pessoas para toda a ilha. É o meio de transporte mais barato e concorrem directamente com as camionetas da carreira, Moura Company e Sol Atlantico na Cidade da Praia e os taxis.

O irritante nas Yáces é que andam sempre a apitar, na tentativa de angariar clientes para os levar ao destino pretendido. Muitas Yáces enquanto não enchem os lugares disponíveis não saem do lugar ou então andam às voltas. O pitoresco é andar sempre alguém com a cabeça de fora da carrinha a gritar o destino para onde vai a Yáce.

Imaginem dezenas de Yáces a apitar e o apregoar do pendura pelo destino.

As decorações das viaturas nos pára-brisas com logotipos de marcas mundialmente conhecidas mas muito arcaicas e rudimentares em grafismo... Dá um ar de status à viatura estar associada às grandes marcas como se de um patrocinio se tratasse.

Acessório indispensável nestas viaturas é o cachecol da equipa de futebo preferida junto ao tablier.... normalmente é do Benfica.

E lá andam eles num frenesim completo... a apitar desenfreadamente para a mobilidade das pessoas no seu dia-a-dia.

H de .... Hardcore ???

Portuguese do it better...
Ela disse .... e eu acredito!!!

G de Grilo ( CVMóvel)

Sim, leram bem...
Para quem não está disposto a pagar os preços exorbitantes e falíveis do serviço de roaming, pode optar por andar contactável através do Grilo.... (grilinho para os amigos).
Tudo o que têm a fazer é ter um telemóvel desbloqueado, convém, senão com o vosso ar de estrangeiros e cheios de money, é-lhes cobrado 2.500$ (+/- 25 euros) para desbloquear o dito. Dirigirem-se às instalações da CVTelecom e fazerem um contrato e após um pagamento de 500$ (+/- 5 euros) e... voilá. Prontos a falar.

Para carregar o telemóvel, podem ir ao multibanco (vinti4) e fazer o carregamento, como o fazem em Portugal ou então em qualquer loja que tenha o dístico da CVMóvel. O serviço é muito eficaz... processa-se do seguinte modo, e vou explicar-lhes para não fazerem figura de tolos como eu fiz.
Existem vários carregamentos para o telemóvel. Existem valores mais baixos mas eu só carrego com 500$, 1.000$ e 1.500$00 + IVA de 15%. Eu explico, ao comprarem um cartão recarregável de, por exemplo, 500$00 este valor reverte para o carregamento mas têm que pagar o IVA, ou seja o valor final a pagar é 575$00. É-lhes dado um cupão de recarga, que contem o código do carregamento. Marcam no telemóvel 1882 código do carregamento e fazer chamada. Recebem logo uma mensagem a dizer que estão a processar o pedido. Segundos depois, recebem a confirmação do carregamento e é só falar à vontade... quer dizer, não se estiquem nas chamadas internacionais que... sai caro e as locais não sai muito mais barato.
A fortuna que já gastei.... (quem perdeu foi a TMN, que para além de ficar sem roaming ainda desapareceu misteriosamente, o carregamento que fiz antes de sair de Portugal).

É estranho fazer um carregamento e ao chegar a Cabo Verde, ao tentar ligar para um familiar, a operadora dizer-me que não tenho saldo disponível....

G de Gente boa

Um agradecimento a todas as pessoas que conheço e que me fazem sentir como se estivesse em Portugal.

Obrigado pela amabilidade, simpatia e simplicidade com que me receberam de braços abertos. Estas palavras são poucas para exprimir o meu agradecimento. Vocês sabem quem são.

Ao povo anónimo que já contactei e através da sua simplicidade, modo de ser e de estar na vida me conquistaram com a sua postura forte de nunca baixar os braços a nada.

Esta é a morabeza que tanto ouvi falar.

Obrigado.

morabeza - a arte de bem receber caboverdiana

F de Fotografia ( mas não me "deixarem" tirar mais)

Em Portugal, comprei 2 cartões de memória de 2Gb para a máquina fotográfica, e por sorte na véspera da viagem, fui comprar 2 packs de pilhas para que os primeiros dias decorressem sem preocupações...
Estava a pensar tirar cerca de 3000 fotografias mas as pilhas só me deixaram tirar cerca de 800. Quando vou comprar pilhas para continuar nas minhas fotografias, o tamanho normativo AA LR6 não é igual... tive a ver as diferenças e as pilhas têm 1milimetro de diâmetro a menos que as nossas e a Pentax entrou em greve.
Mais uma dica importante... se vão levar aparelhos que necessitem de pilhas, o melhor é trazerem um stock considerável de Portugal.
Se não fosse comprar as pilhas ao Lidl.. tava lixado!!!!

foto: Praia Negra - Praia - Ilha de Santiago - Cabo Verde

F de Figuras incontornáveis, os chamados Cromos ( raros) ou não!!!

Não adianta negar.. todas as terras têm o seu cromo. Em Cabo Verde, estava difícil de encontrar ( seria este o cromo que tem que se encomendar para completar a caderneta?). Estava a estacionar junto aos correios quando o vejo passar do outro lado da estrada. Chama-se a isto, estar no sítio certo à hora certa.... Meti-me dentro da pick-up com arranque a patinar, rotunda a quinchar os pneus e perseguição mesmo à filme americano.

Captado o momento fotográfico, lá o senhor seguiu a sua vida sem aperceber-se que ficaria famoso a partir de hoje no Cabo Verde de A a Z.
"Os verdadeiros loucos são aqueles que têm medo de parecer loucos".

E de Estradas

Em Dezembro do ano passado foi inaugurada a circular da Praia, é uma espécie de CRIL,em Lisboa ou VCI no Porto. É menos extensa mas cumpre na perfeição para quem quer ir para o interior e evitar o transito pela Av. Cidade de Lisboa.
As estradas de ligação à Assomada e Cidade Velha são boas. A estrada de ligação Assomada/ Tarrafal é empedrada.
A grande maioria das estradas na Cidade da Praia são empedradas, salvo as raras excepções da Av. Cidade de Lisboa, zona da Fazenda e agora a alcatroada zona nobre da cidade, o Plateau.
Para aceder aos bairros da Terra Branca, Areia Branca, Achada de Sto António e Palmarejo, requer uns amortecedores potentes para absorver por vezes as crateras que aparecem no caminho.

E de Engarrafamentos ( de trânsito)

Normalmente anda-se bem por toda a Cidade da Praia, não há confusão nem congestionamento de transito.... até chegar o meio-dia e a partir das 17 horas.
Existem 2 pontos críticos a estas horas e que convém evitar... um cruzamento perto da zona da Fazenda e no final da Av. Cidade de Lisboa para aceder à zona da Prainha, Palmarejo ou Achada Stº António.
Também poderá haver complicações de trânsito, caso ocorra algum acidente onde toda a gente pára para assistir mas ninguém faz nada de útil. Estacionam onde der mais jeito e que por vezes não é o melhor para o escoamento e fluxo de trânsito.
Outra situação que ocorreu, foi num incêndio numa casa perto da estrada.... os bombeiros estavam lá, mas perímetro de segurança não existia, com toda a gente a acotovelar-se para arranjar a melhor perspectiva para ver... muitos carros mal estacionados para ver aquele triste espectáculo e um gajo ali estava, à espera que alguém se dignasse em tirar os carros para dar uma oportunidade para que pudesse passar.

D de Dicas importantes ( para não estragar as férias)

No aeroporto ( em Lisboa), caso sejam abordados por alguém que lhes peça encarecidamente o favor de levar uma encomenda importante para um familiar no destino, não o façam.
Na alfândega não há lugares para simpatias e boa vontade. Nunca se sabe o que contêm a encomenda e se num espírito de bom samaritano, a aceitarem, estão por vossa conta e risco. Assumem a encomenda como se fosse bagagem vossa.
Não bebam água da torneira e perguntem sempre se o gelo que vem nos copos para refrescar as bebidas é de que proveniência. A mim este percalço valeu-me 2 dias a “andar a pintar à pistola” e não me afastar muito do raio de acção da minha residência para que em qualquer eventualidade chegar mais depressa à casa de banho, ou toilette que é mais fino.

D de Diversão

Para todos os gostos e para todas as carteiras... Quem vier para descansar, pode ficar no hotel a dormir ou a ganhar o tom de pele vermelho lagosta junto à piscina.
Quando lhes perguntarem para onde foram de férias, digam que estiveram em Cabo Verde, que dá um ar de pessoa muito viajada, e se ainda lhes perguntarem o que conheceram; digam que conheceram o hotel e o caminho para o aeroporto.
Isso não é para mim...
O dia é aproveitado para conhecer, falar com as pessoas, para ambientar, comprar algumas coisas, para passear e degustar a comida ( já estou a ficar com fome novamente).
Andar sempre em movimento e absorver o ambiente... por isso, gostei tanto deste país. Não me limitei a ficar estagnado num lugar e a ficar dependente do que os guias turísticos me queriam mostrar. Conheci à minha maneira e foi isso que fez toda a diferença.
Diversão nocturna, só à sexta-feira ( fraquito) e ao sábado toda a gente sai prá rua. O resto da semana, exceptuando alguns resistentes que vagueiam pelas ruas até de madrugada, não se passa nada. Calmo... muito soft. Tudo fechado.
Discotecas existem algumas... o ex Bomba H, agora é Flampa ( está bem escrito?), o Max Club, o Zero Horas são as mais referenciadas.
Bares e pubs não conheço.. Caso queiram ir beber uma bebida, vão aos bares dos hotéis e desfrutem a TV via satélite com canais portugueses ( só para ver o futebol, claro está...)

D de Dar nas vistas

És um estrangeiro, logo mesmo que não queiras dar nas vistas, involuntariamente e inadvertidamente dás nas vistas.
Seja pelo modo de vestir, do que calças, as marcas que usas, o teu modo de agir relativamente a algo novo ou pelo carro que conduzes, dás nas vistas.
És estrangeiro e logo assume-se que vives bem, ao estilo europeu ( mas sobre isso dedicar-me-ei a escrever um post na letra M de Mitos Urbanos e outras ideias pré-concebidas) e és frequentemente abordado para te cravarem umas moedas.
Quando vais almoçar ou jantar, ao estacionar é normal estar sempre presente alguém para te lavar o carro ou para guardá-lo. As lavagens custam 300 escudos na Cidade da praia + cravanço de gorjeta e no Tarrafal custam 200 escudos mais a respectiva.
Não critico, não condeno. Tentam ganhar a vida honestamente, longe da marginalidade e isso é uma atitude de louvar.
És cravado para estacionares em lugar VIP à porta da discoteca da moda, mas já estou habituado… Sais de uma loja e és cravado, andas na rua e és cravado para dar umas moedas. Páras o carro para tirar uma fotografia pitoresca e atravessam-te uma manada de vacas na estrada para a bloquear e depois virem uns putos a cravar dinheiro para comprar rebuçados e pastilhas ( aconteceu na Cidade Velha) ou a caminho do Tarrafal ( nesta foto) parar para tirar uma fotografia aos burros e aqueles putos virem logo cravar umas moedas.
Ser cravado... é vir uma senhora a correr atrás do carro, só porque antes de entrar no restaurante lhe tinha prometido dar uma moeda. Mas o hilariante deste relato de viagem foi a senhora receber uma gorjeta da pessoa que me acompanhava e depois vir cravar-me a mim a parte que lhe tinha prometido. Promessa é promessa e como eu prometi e tive de cumprir. “Mai nada”.
Quando se vai às compras e o preço dos produtos não está fixado, como acontece no mercado corre-se o risco de levar com um preço inflacionado só porque se dá nas vistas como turista. O ideal e aconselhável é regatear o preço, caso se esteja interessado em fazer negócio. Nas minhas compras consegui um decréscimo de 40% relativamente ao valor inicial pedido pelo comerciante.
Boas compras.

C de Comida

“Ela: Queres ir àquele restaurante? Servem pratos tradicionais portugueses.
Eu: Quero lá eu saber disso... Ando há 35 anos a comer comida portuguesa.”
Poucos restaurantes e caros, servem essencialmente para turistas, empresários ou pessoal com dinheiro. Refeições para 2 pessoas a rondar os 40 euros, com vinhaça incluída e sobremesa.
Se forem forretas ( tchipe, em crioulo) podem poupar algum dinheiro, vão a um supermercado e conseguem fazer a festa por 3 a 5 euros .
Restaurantes que aconselho e conheço:
Gamboa, na Prainha – come-se bem e também se paga bem mas para lavar a vista com a empregada, vale a pena.
O pagamento com Visa neste restaurante é aplicada uma taxa.
O Poeta, junto à embaixada de Portugal, na Achada de Santo António– come-se bem mas não tem vistas... a não ser que estejamos acompanhados de uma vista ( que foi o meu caso) e aí é só desfrutar a refeição.
Plaza, em frente ao Poeta e com um grande parque de estacionamento – Mais fama que outra coisa.. mas fica a referência ( o mais fraquinho de todos mas a “aplicar a pastilha” no preço que o gajo é estrangeiro e até paga a VISA).
5tal da Musica, no Plateau – Comida tipo self-service mas com musica ao vivo. Mornas, coladeras ( muito boa onda). Em termos de comida, não tem muito a dizer.. é self-service e eu não sou adepto destes lugares com comida feita em quantidades industriais.
Bera-Mar Grill, na zona da Prainha, junto ao Gamboa e faz uns grelhados espectaculares que não me lembro do nome, mas fica a referência. Come-se bem e é o mais barato de todos.
Em visita ao Tarrafal, uma paragem gastronómica obrigatória no Baia Verde com uma vista magnifica sobre a baia do Tarrafal ( na foto).
Pagamentos a dinheiro porque não existe sistema de ATM a não ser que queiram lá ficar a lavar a loiça para pagar a despesa.
Comer um polvo grelhado com abóbora ( é doce diferente da nossa) e batatas cozidas acompanhadas por uma garrafinha de Casal Garcia ( para matar saudades do meu Portugal).
Para entrada, sugiro uns camarões com limão e ....
É melhor parar porque já estou com água na boca e a barriga já está a roncar.

C de Cabo Verde Vida Selvagem

Muitas cabras, burros, vacas e galos e galinhas a andar livremente junto às estradas.
Um encontro, quase imediato, da minha pick-up com um porco à entrada do antigo estabelecimento Prisional do Tarrafal.

Na foto, o descanso dos animais na Cidade da Praia.

C de Cidade Velha

Foi a primeira capital de Cabo Verde, até que um pirata françiú depois de lhe terem exigido 100 escudos para tomar conta do barco( nesta parte já estou a divagar) encheu-se de ira e ao som de salvas e morteiros destruiu a Cidade. Se quiserem saber mais da história do local, aconselho uma visita aos roteiros turísticos. Do alto da fortaleza de São Filipe, a magnifica vista sobre a Cidade Velha. Local de visita obrigatória para quem tiver na Ilha de Santiago. Não visitar este local é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa o que não deixa de ser um desafio devido à agenda ocupadíssima de Sua Santidade.
A entrada na Fortaleza de São Filipe custa 200 escudos por pessoa ( bilhetes adquiridos no posto de turismo lá do sitio) ou se quiserem não paguem nada porque não existe ninguém à entrada da fortaleza para validar os bilhetes. Pelo preço esperava-se uma visita guiada a explicar a importância histórica do local. A Cidade Velha é património mundial da UNESCO.
Final de tarde à beira mar passado numa esplanada da zona a comer uma saladinha de polvo, um mix de queijos, linguiça e azeitonas e regada com Strela .
Devia de haver mais dias assim. Quando vamos lá novamente?

C de Chichi

Quem nunca ouviu falar no provérbio português “ Quando mija um português, mijam logo dois ou três” ?
É impressionante, a descontracção que este simpático povo demonstra nas horas aflitivas em aliviar o stress bexigal e desenvolve uma elevada capacidade de desenrascanço na forma como expulsa as águas interiores..
Junto às estradas, no jardim, atrás de uma árvore e ….à frente da minha pick-up.Um dia destes estava a estacionar em pleno mercado de Sucupira e ainda não tinha desligado o motor da pick up, já a viatura servia de resguardo para que o transeunte pudesse libertar os seus fluidos urinários à vontade.
Mas o que me leva a falar desta necessidade fisiológica, não foi falar dos costumes sociológicos da população masculina em abrir a breguilha e expulsar os fluidos mas sim da história que me contaram e a qual tirei esta fotografia.
Parece que durante o dia, havia aqui uma senhora que fazia uns bolos de milho e à noite este sitio era paragem obrigatória para o alivianço fisiológico de dar água às ervinhas.
E mesmo após os apelos escritos na parede e por falta de condições de higiene, a senhora teve que mudar o seu estabelecimento comercial para outro lugar.
Em nome do bem estar dos consumidores.

C de Crioula

Palavras para quê? Uma foto vale mais que mil palavras.

C de Caço Bodi

Caço Bodi não é nenhum jogo tradicional cabo verdiano.
Caço Bodi é o termo utilizado para quem é vitima de assaltos. Existem grupos organizados de nome Taguis que matam, ferem, humilham, assaltam quem se atravessar no seu caminho. Os taguis são normalmente pessoas repatriados dos EUA que depois de cumprirem as penas são devolvidos à terra natal ou toxicodependentes e dos mais diversos extractos sociais cabo verdianos ( não é um problemas só das classes sociais mais baixas). Actuam em grupos com armas de fogo perto de zonas frequentadas por turistas, zonas sem policiamento e zonas de diversão nocturna na cidade da Praia. São uma realidade que é necessário ter muito cuidado e agora abro um parêntesis para opinar sobre o assunto:
Problemas sociais existe em qualquer parte do mundo, seja em Cabo Verde, em Portugal, nos EUA, na Conchichina....
O governo cabo verdiano tem que meter mãos à obra para erradicar esta praga. Os taguis são uma nódoa na sociedade. Um país que assume e depende do turismo para a sua subsistência, tem que tomar medidas efectivas para combater este problema, para a segurança das pessoas que visitam Cabo Verde como para as pessoas que aqui vivem.
Uma pessoa que tenha uma má experiência em Cabo Verde, vai ser uma má influênciadora para futuras visitas no seu circulo de amigos mais próximo. Chama-se o efeito bola de neve. Ninguém vai recomendar aos amigos e conhecidos que visitem um local, sabendo de antemão que tiveram uma má experiência. Isto claro, a não ser que não goste dos seus amigos por estes lhe terem oferecido umas peúgas no Natal ou o visitem só para lhe beber as garrafas de uisque que a sua estimada sogra lhe ofereceu no dia do casamento.
E fecho o parêntesis fazendo votos que este problema seja erradicado o mais breve possivel de Cabo Verde. O turismo agradece e a população também.

B de Bebida

Em Cabo Verde é tudo importado, portanto se estão habituados aos luxos dos hipermercados e supermercados nacionais, encontram cá tudo... devidamente inflacionado, é claro.
Os vinhos portugueses estão bem representados, a cerveja Super Bock em força. Mas quero-vos falar, caros leitores do que podem experimentar das iguarias liquidas locais.
Se forem adeptos da bejeca e embebidos num espirito local e adaptado de “ Em Cabo Verde, sê cabo verdiano”, experimentem a cerveja Strela.
Apanhem um taxi e em plena Av. Cidade de Lisboa no centro comercial junto ao mercado de Sucupira, disfrutem da vista sobre uma parte da cidade da Praia e provem a Água de Cana na esplanada Nha África. Tudo natural e podemos ver a extracção do liquido da própria cana ao vivo.
Na praia do Tarrafal ( na foto) provem a deliciosa Água de Coco. Custa 200 escudos e vale bem a pena.
O Grogue, para homens de barba rija e mulheres de voz grossa e pêlo na venta. Confesso, que molhei os lábios e engasguei-me... É semelhante ao bagaço nacional mas fermentado a partir da cana de açúcar. Só para aventureiros dispostos a apanhar uma bezana e prontos a irem ressacar para a cama, sem hipóteses de qualquer encontro do foro mais intimo.
Souvenirs para degustarem mais tarde em Portugal, o tradicional Ponche de Coco, de Mel ou de Calabacera, mas atenção que a alfândega em Portugal só deixa passar 1 litro de bebida... Se quiserem arriscar e depender da boa vontade dos agentes da alfândega, encham a mala mas não abusem, porque têm que declarar o que levam.
Aqui fica mais uma dica.

B de Boleias

Se existe coisa que detesto é depender de terceiros para qualquer coisa. Com carro disponível, as deslocações começaram a ser mais fáceis. Então parti à aventura para o interior em direcção a Assomada e noutras incursões para o Tarrafal. Existe sempre imensa gente à boleia. Se virem o dedo indicador estendido, é sinal de pedido de boleia. No interior, as pessoas são educadas, simpáticas e muito afáveis. Uma simplicidade que contagia e que é impossível não gostar daquele ambiente. Cria-se logo amizades, fala-se da terra, de onde somos, etc...
Mas tudo tem o reverso da medalha.... Fora de questão, as boleias na cidade da Praia por causa de um tema que vou debater na letra C, que se chama Caço Bodi ( significa assalto).
Pensem duas vezes em boleias na cidade da Praia... especialmente a putos novos e a crioulas jeitosas ( muitas vezes usadas como chamariz para o caço bodi) pode ser uma cilada e não têm hipóteses. Não se esqueçam que são turistas, não conhecem a zona e estão vulneráveis numa situação destas.

B de Boleia antecipada para Portugal

Foi este condor dos céus que me trouxe para Cabo Verde e esteve quase a reencaminhar-me para Portugal.
Pergunto eu, aos leitores que fariam se lhes acontecesse:
Após 4 horas de viagem chego à alfândega para carimbar o visto e a policia me diz que tenho que preencher um papel ( burocracia desnecessária) e fazem-me ir pró final da fila. Depois de ser o ultimo a sair da zona de alfândega, estou à espera da mala cerca de 45 minutos. Após despachar o meu guia, disse-lhe que ia alugar um carro e que depois me desenrascava a chegar ao hotel, dirigo-me à rent-a-car e não havia carros disponíveis. Após consultar a concorrência, dizem-me que me conseguem arranjar um carro e tinha de esperar um bocadinho... 2 horas depois já com a noite como companhia, chega o carro. Vou fazer o pagamento e dá-me sinal de Visa cancelado.. (Eh pá.. isto está a correr mesmo mal).

Telefono para um familiar para me facultar o numero directo do banco e ... “o saldo do seu telemóvel não lhe permite efectuar esta chamada.” , entretanto o roaming foi-se.... (O que mais me irá acontecer... ) Rendido às evidências que nada conseguia tratar nesse dia, dirigo-me para fazer o check-in no hotel.
No dia seguinte, acordo cedo e vou tentar aceder à Internet para falar com o banco.. o código de acesso dizia “Código Bloqueado”. (Ai, ai, ai a mitra!!!)
Vou apanhar um taxi e vou fazer um contrato com a CVMóvel... faço o contrato e após introduzir o cartão, diz-me “ Telemóvel bloqueado à rede TMN” .... (Ai o cara***!!!! )

O taxista levou-me a uma casa que desbloqueava telemóveis e ... não havia electricidade. Cansado disse “ Fonix, já chega.. Tou farto destas merdas... Vou telefonar para a TACV e quero ir já para Portugal.”
Entretanto, depois do almoço, onde comi uma Simbiose de Gambas e Carne de Vaca, regada com uma vinhaça, as coisas começaram a correr melhor. Assunto com o banco resolvido, e com pick-up alugada.. Começa aqui a minha aventura pela tera sabi ( terra gostosa).